segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cronicas de um espectador aflito V

Cronicas de um espectador aflito

V



Hoje me senti completamente impotente.


Quem teve a oportunidade de assistir o programa Profissão Repórter, programa exibido na rede Globo, nesta terça-feira na faixa das 22:30, há de concordar comigo. Hoje vimos o descaso e a realidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Caro contribuinte, sabe os impostos que você paga? Com certeza a saúde não vê o que realmente necessita. Qual é o valor de uma vida? Acho que para quem depende do governo, elas valem bem pouco. O que é investido na saúde e na educação, em meu ver, ainda é pouco! Mas, muitos dirão, que ainda virão soluções, poucos anos de governo, projetos inacabados, seguimentos rompidos. Mentira! Entra ano, sai ano, é a mesma balela, os mesmos cabeças, ou vocês acham, que, sinceramente, a minoria qualificada parou de mamar nas tetas do poder? Alguém tem idéia de quanto custa um médico aos bolsos de um gari, de um padeiro? Para em seu momento de enfermidade, não ser atendido como se deve?! Médicos dão atestados e diagnósticos, o que eles levaram mais de década para aprender, em cinco minutos e sem examinar os pacientes, por que isso acontece? Sou defensor da medicina preventiva. Medicina ligada à educação e a uma vida melhor. Quantos males, uma simples caminhada não cura? O que uma dieta balanceada, com alimentos livre do gorduras transgênicas não podem fazer por nossos organismos? O que o simples ato, de se conscientizar a criança, desde pequena, a criar rotinas com alimentação e comportamento não melhorariam? Xô sedentarismo! Obesidade mórbida! Xô! Agora, que graça, tem qualificarmos e dignificarmos um povo, se é, justamente isso o que dá votos, se é justamente isso o que é barganhado. Que graça teria? Espero que muitos dos poderosos tenham visto a dura realidade, não vou torcer por comoção, porque comoção pra esse tipo de gente só ocorre quando o dinheiro deles é tocado, mas do fundo de minha alma, espero um dia que vocês_ _enfrentem uma fila de um SUS! Esse problema na saúde, tem nome. Politica, muitos dizem, e com desgosto ouço. “Não gosto de politica, o que eu tenho haver com isso?”Tá aí, o resultado. Quem não luta, quem não procura melhorar a si e a seu meio, neste caso, nosso país, chega no hospital as 02:00, pra ser atendido e isso se for atendido, as 20:00. É nisso que dá, o poco caso da população em suma maioria com seus direitos, são moradores de aglomerados, da classe média, que não tem saneamento básico e se infecionam com alimentos contaminados, água sem tratamento adequado e etc... já chegou à um ponto, que nós, devemos nos unir nação! Brasil é continente, país, é o que eles, lá de fora das terras tupiniquins, nos apelidaram, somos o gigante, não do amanhã e sim do agora!


Quem diria, que somos hoje respeitados pela ONU (organização das nações unidas), que temos dinheiro em caixa e até devedores! Só que, do que adianta tudo isso, se ainda assim, permitimos um povo aguerrido viver na miséria? Meu Deus, santo Deus! De onde veio esse comodismo? Seriam das caravelas de Cabral que, desde lá, contaminaram a alma trabalhadora e pura do índio, trocando espelhos por ouro? Falar de saúde aqui, em nosso pais, é tocar em feridas mais sérias e maiores. Para compreendermos devemos começar desde o histórico familiar, até a cadeira do presidente. Uma família brasileira, hoje, tem duas saídas, ou se acomoda na posição de uma classe média, isto com sorte, ou se refugia e tenta com muito esforço levar a vida numa comunidade. Mães muito novas, pais irresponsáveis, filhos crescendo num ambiente conturbado, em meio à drogas, roubos, violência doméstica, alcoolismo dentre outros. Que qualidade de vida leva-se uma família desta?


Crianças que nunca foram à uma escola, que não tem noção de nada correto, desde higiene a sua própria história. Daí, deste ponto alguns conseguem na base da força de vontade ocupar um pequeno espaço na vida, receber mais que um salário minimo, - que nos permite só a subsistência, com meros 515 reais, presidente, não se existe!- e ali este se acomoda. Outros vem as saídas ilícitas saltarem os olhos como único modo de ganha pão, “e aí parceiro”, como diria o personagem mítico dos cinemas atuais, capitão Nascimento do filme Tropa de Elite é que chegamos na tal ferida que antes mencionei! Essa ferida é chamada por_ _sociólogos, filósofos, cientistas políticos e sociais de sistema. Esse maldito sistema funciona assim. Alguém precisa de se dar muito mal, mas precisa usufruir de algo que alguém tem essencialmente à oferecer. Quem oferece, ou esta intermediando o verdadeiro cabeça por traz da operação, ou é o próprio cabeça. E assim nos tornamos reféns de uma roleta viciada. Exemplo:
- Quem, dentre os leitores, que nunca usou, ou conhece alguém, que, em momento de dificuldade não lembra que tem um amigo influente dentro dos meios públicos, e este por sua vez, meche alguns “pauzinhos” para você, conseguir de maneira mais pratica o que almeja?

E você acha que este pequeno favor é feito pela alma caridosa do cidadão? Prepare-se, sua casa tornar-se-á base eleitoral, você vira cabo eleitoral politico, faz boca de urna, lava o carro do amigão, enfim de certa forma, você usuário retribui, ele lucra, não necessariamente com dinheiro, mas com influencia, aumentando assim seu poder no meio e transformando você num viciado do sistema! E assim segue se arrastando a vida de milhões de brasileiros em filas de espera, nos pisos gelados de hospitais, ou dormindo nos corredores de um hospital, na parte de baixo de uma maca(vide a reportagem do programa Profissão repórter, desta terça-feira), enquanto espera-se uma vaga pra uma CTI (centro de tratamento intensivo), ou pra uma simples operação de risco de morte...


Bobagem, pobre morrendo vira estatística, quem liga pro João ali da esquina? Só alguns familiares, se ele tiver algum vivo, e alguns amigos! Agora, vai um importante encontrar Jesus, ou não, mais cedo pra ver só. Torna-se comoção nacional, é programa de rádio, televisão, jornais comentando o caso durante um mês, porém, pelo que me consta, este também só será mais um, mais uma estatística. Então, quantificar a saúde, não seria maluco o suficiente para estipular um valor, mas pelo apresentado, este é bem insatisfatório.



Então deixo uma pergunta aos bons amigos, o que realmente viemos fazendo, nessa ultima década, para dignificar o nosso país? Saúde é dignidade, qualidade de vida, educação, perspectiva de crescimento. Pessoas satisfeitas, alegres tem melhor qualidade de vida e menos problemas relacionados a saúde! Pensemos povo, pensemos!

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