domingo, 15 de maio de 2011

A paixão de um poeta

Boa noite seu Carlos.


Hoje te escrevo com quem sente saudades da lua cheia, ou das estrelas frias que o céu enfeitam. Hoje senti falta de sua poesia, de suas trovas, lembrei-me que o senhor, professor pregava sempre que as provas que a vida apresenta são as mais importantes e que nem sempre a nota dez é o que de melhor tiramos dela. Ah seu Carlos... Uns dias desses pra traz encantei-me com uma poetisa, meio viniciana, com um tom de princesa regente, uma bela dama. Pobre amador sois que me rendi aos belos encantos dos olhos mais esverdeados e belos que vi. A pele dela, branca feito neve, as longas madeixas ruivas, apaixonantes, quente feito o sol. Acho que se a visse me entenderia senhor Carlos. Pretendo assim que tirar férias caminhar com ela nas calçadas de sua amada Itabira, ou a levaria pra repousar em meus braços na praia de Itapuã do também poeta e genial Dorival.... É assustador meu fascínio por ela e dela nada menos espero que um riso diário, um abraço noturno. Doce feito teus mais belos riscados poemas, erótica como aquela fase que atravessaras já no final de sua imortal obra, mais intrigante que aquela pedra, acho que não estacionei no caminho, mas a resolvi buscar do chão e abraçá-la como quem abraça a um ente querido, a um alguém que a muito sentia falta.


Seu Carlos, vou-me agora, deleitar-me do vazio de minha cama e do desejo de preenchê-la com minha querida, amiga, companheira / namorada!

Confissões

Queria poder te dizer que contei as estrelas do céu

ou que Deus desenhou o mar olhando os seus olhos

mesmo eles não sendo azuis

queria poder te contar, que passei a os dias contando

os minutos em que ficamos separados

distantes do corpo um do outro

porque eu só fazia pensar em você


queria ser um espelho pra refletir o teu sorriso

eu sempre te disse que o achava lindo

e sempre te agradeci por ele ser meu


sabe, foi bom ter te visto

mesmo você não se achando capa de revista

ou a mais bonita dentre as outras modelos

eu destaquei um de seus dedos

e te dei um anel

com todo meu amor e carinho


tá, não sou tão pretinho quanto nosso amigo Pelé

nem tenho nada de anormal, pra se dizer,

nossa que cara bacana!

Eu me acho mais um banana.

Mas se você gosta assim...



eu estive olhando aquela sua foto

que eu guardei em meu celular

mesmo aquela expressão morta

aquele sorriso pré-fabricado

e até com mais qualidades que um fiat zerinho

eu acho que é pra mim



Então, acabando-se o papel

as palavras começam a fugir

Eu só queria lhe dizer




Gosto muito de você



Que coisa mais clichê



Será que é o fim?

Despedida!

Ah, o amor que nunca tive...


Sofro de um provável amor, um amor mais inventado do que vivido. Amor, eterno amor, como pode me trair assim?

Como jogaste toda a nossa sorte pelo ralo e simplesmente me virasse as costas e saíste rindo?!

Amor, meu amor, amor meu. Que teu seja somente a suplica diária de força e brigas, e que eles mostrem que todas as manhãs terei você, ali, comigo!

Que a conjectura que me assombra, torne-se um vago espaço, nas voltas desventuradas que guardo em meu peito.

Que eu sofra calado, chorando, mas permita-me amor, vivê-lo em cada vão momento em sua perenidade. Todo o resto, daquilo que chama de compaixão, que compartilhe com alguém que a mereça, não com quem te olha com olhos da mais pura paixão. Amor, seu mesquinho, eu que lhe escancarei minha vida, meus prazeres e desejos, hoje me escondo dos meus pensamentos. Acordo com o teu nome preso na garganta, com sua foto no papel de parede do meu celular, com a alegria que minha boca ainda guarda do gosto do seu beijo! O que foi? Onde anda você, o que tem feito, tem pensado em mim ? Não me peça pra não chorar, eu só pedi pra ser feliz contigo, mas mesmo assim não foi o suficiente pra entender que era o máximo que de você eu esperava. Pra que falar “eu te amo” todo dia? Bastava só você ter me dito isso uma única vez, me abraçado forte e me encontrar depois do trabalho... Aprendi a te amar pelo simples. Por cada sorriso seu, por cada bobagem das quais falamos, por simplesmente você estar junto a mim !


Amor, meu doce amor, como pôde? Como foste sem ao menos ter se despedido? Eu aqui me despindo, debulhando em lágrimas, querendo ver-te novamente sorrindo...




Por que....


Porque, eu te amo...

Refletindo!

Aos meus caros filhos de uma puta.



Boa noite!


Chega uma hora na vida de um homem que o sensacionalismo barato de televisão o toca. Foi o que aconteceu comigo na tarde desta terça-feira dia 10 de Maio de 2011. descobri que minhas dividas, meus “namoricos” e que toda a minha angustia são tão insignificantes que me sinto até agora envergonhado. Caro Carlini, hoje seu programa tocou a mim e a minha família. Não pelo caso extremamente raro e bonito da menina Victória, de apenas 2 anos e que não possui face. O que me assusta é saber que dentre uma estimativa, alguém que realmente necessita de ajuda, não é ajudado, é tratado como número. Enquanto novo sempre ouvi que a função social do governo era de garantir a seus cidadãos o direito a vida e a viver com dignidade. Quem vê uma família dessas passando por poucas e boas, por uma deformidade terrível deveria se perguntar: seria justo só ajudá-los? Meu intuito não é de comparar os casos desta brava menina que pra mim nasceu com a missão de mostrar o mundo que em meio a mazelas a força de nunca parar é o que nos galga. Mas sim, pensar que nos sertões tanta gente morre sem água, noutros pontos, água é tratada como bem renovável, o que sabemos que não é de fato. Victória, quando a vi fiquei pensando. Quantos impostos recolhidos de forma igualitária e proporcional, ou seja, tirar de quem tem, não fariam hospitais, pagariam médicos, melhorariam nossa educação? Quando vejo um casal nesta situação dos pais desta brava garotinha, um pai sem emprego, uma mãe que no dia das mães foi pra televisão suplicar ajuda para sua filha, só me sinto pequeno... Por que criança esperança, terremotos no mundo inteiro, enchente no rio... Gente, logo ali em Mantena, cidade mais próxima de todas as que eu falei, tem uma situação dessas, onde se escondeu a alta roda, os bem feitores, os filantropos?

São todos uns filhos de uma puta! Daquelas da Guaicurus de R$ 0,25. Olhem pro próprio umbigo enquanto querem posar de bons moços, quando quiserem ajudar gente de verdade, procurem. Onde anda o Sr Excelentíssimo Anastasia? Afinal, eles também são eleitores, nem pro senhor fazer uma boquinha, posar de bom moço... Nem vou comentar do nosso “Speed Racer”. Não vou ajudar esta família com dinheiro, porque eu não tenho, se tivesse ajudaria. Porém, acho ajuda maior. Cobrarmos dos velhos lobos de Brasília, dos vale ternos de R$ 18.000,00, dos meus coe queiros e mensaleiros!


Que todos vocês vão a merda, perdão, nós já estamos! Victória, força! Igual a você sofrem milhões aqui dentro e que você que foi mostrada hoje sirva de esperança para que outros sejam mostrados e o nosso leigo povo possa cobrar de quem deve, não pedir ajuda pra quem simplesmente só se comove. Comoção sem ação, não passam de vagos sentimentos!

Meu grande amor

Meu amor, quanto é bom amá-la!


Acordei outro dia e te loira, da pele branca como a neve, da boca avermelhada parecendo com sangue vivo. Amor, hoje acordei, vi um cabelo ruivo, os olhos mais verdes que a mata amazônica, teus brancos pelos envoltos no edredom e o riso de bom dia mais gostoso que já ganhei... Amor, amor meu, hoje ao voltar exausto de mais uma jornada de trabalho, te encontrei na cama, nua, numa beleza negra, que os caracóis dos teus cabelos se escorriam por sua face, e eu, bobo apaixonado, só sabia te admirar! Como ouvir tua doce voz, ou a voz mais agressiva de quando em quando me alegra...

amor, hoje a tarde me lembro que seu nome era Ana, mas te chamei de Erica. Desculpa?! Mas então Bruna, perdão, Débora?! Kelly, Natália, Daniela? Amor, não me prenderei a teu nome. Prefiro só chamá-la de amor, soa mais bonito, soa mais intimo, simplesmente só deixe soar, baixinho, num sussurrar ao pé do ouvido... Perdão, acho que me recordei de vê-la num vestido, verde de festa, num baile de quinze anos, acho até que dançamos... Sim, sim. Foi muito bom, mas me lembro também de tê-la levado pruma festa caipira, usamos chapéus de palha e nos beijamos, e nos deixamos, nus, numa velocidade voraz.


Amor, meu amor. Permita-me como numa prece, tê-la todo o dia ao meu lado, rindo, feliz. Que todas as manhãs eu possa olhar teus olhos, enxergar tua alma, beijar tua boca e acalentar o teu coração. E que a noite, quando deitar-te, no frio, que eu esteja ali, mesmo que em amor, para nunca deixá-la só, e só, meu Deus que eu a faça feliz!

Controversas do amor

E numa noite fria um telefone toca e ela atende:

- Alô, alô. Quem é?

Numa reposta mais que imediata, num som límpido e grave soa aquela voz.

- Amor, sou eu!

-A é você?! Seu ordinário, me abandona, me engana e agora me chama de amor?

  • Poxa, não foi bem assim, estava meio confuso, meio louco, foi só um descuido. Eu amo você!

  • Não vem com essa, que nessa sua lábia de locutor não caio mais! Minhas amigas bem que falaram que como você, o inferno tá cheio.

  • Quê isso meu bem, lembra quando vimos pela primeira vez a lua e eu te disse aquilo!

  • Lógico que lembro! Eu feito uma boba, toda romântica ainda me entreguei pra você naquela noite, aiiiiiii maldita hora viu!

  • Amor, você não se lembra do quanto eu te amo, volta pra mim, por favor!

  • Eu????? Nem morta!


Numa fração de minutos, o interfone dela toca, num sopitar, ela se estremesse e diz:


                  • Se for você aí embaixo, topo até te ouvir, mas não abusa da sorte

                  • Claro amor, não conseguiria ficar sem vê-la, nem por um instante!

                  • Já estou indo, estou me arrumando pra descer!


Ela subiu no salto, passou maquiagem, arrumou o cabelo. Fez cara de doce e com o telefone na mão exclamou que “já ia...” Ao chegar na porta expectativa a mil, mãos tremendo, suor descendo pelo rosto e ao abrir a porta com o grito de amor entalado:


- Eu sabia que você me amava!!!!

  • - Espera aí, quem é você?

  • -Oi, alguém pediu pizza?


Sim, ela mais que puta, pegou o celular e gritou:

-Leandro, seu corno, que brincadeira de mal gosto é essa?

  • Leandro, quem é Leandro, Camila?

  • Quem é Camila, Leandro, que “p..ra” é essa?

  • Camila, meu nome é Lucas!

  • O babaca aqui quem tá falando é Laura!


Laura, belo nome é este, pensou nosso bom amigo Lucas. Já Laura, queria além de matar o namorado, o entregador de pizza também, que feito um dois de paus parou em sua porta. Nosso intrépido galã radialista, Lucas, então decide resolver o problema.

  • Então Laura, eu to aqui na rua dos guajajaras, próxima a rua dos tamoios, onde você está?

  • Então, eu estou na rua dos tamoios. Por que?

  • Não acho digno perdermos uma pizza, que tal jantarmos?

  • Não sei, não acho uma boa ideia!

  • Lembra daquilo que eu te disse?

  • Não sua anta, você disse pra tal de Camila e não pra mim!

  • Então essa vai ser minha melhor chance de dizer pra pessoa certa!

  • Como vou saber quem é você?

  • Da mesma forma que saberei quem é você.

  • Gênio, e que forma é essa?

  • Simples, uma linda mulher, com um mala com uma pizza na mão. Chuta quantas assim tem nessa rua...

  • Tô te esperando!

  • Tô chegando!

  • Beijo!

  • Tchau!



Não sabia-se ali o que mais se ouvia, se era o tum tum tum da linha, ou o tum tum que o coração fazia! E viva a controversa conversa de um celular, as vezes o maior engano é aquele em que não nos permitimos viver!